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PROPOSTA PRELIMINAR DO ENSAIO DE CBR “IN SITU” PARA MATERIAIS GRANULARES
João Virgilio Merighi, Rita Moura Fortes

Última alteração: 2023-09-25

Resumo


INTRODUÇÃO

O tempo é um fator fundamental em termos de execução de obras de pavimentação e em particular quando se trata de obras aeroportuárias quando se trabalha como se diz popularmente no tempo do Notice To Air Missions (NOTAM). Outro fator fundamental em qualquer serviço de engenharia é o controle tecnológico e de qualidade dos serviços executados.

No entanto, ainda tradicionalmente observa-se que o controle de compactação quer de camadas de solo, quer de camadas granulares, é realizado através do ensaio de campo na determinação da massa específica aparente “in situ”, com emprego de franco de areia conforme preconizado na norma DNER -ME 092/94 ou similar.

As construções e em particular as obras aeroportuárias, tem um fator limitante chamado tempo. As operações de restauração que são normalmente executadas com o aeroporto em operação e sendo realizadas dentro dos horários disponíveis enquadrados nos seus NOTAM(s), todos os serviços de engenharia precisam ser realizados em tempos muito curtos.

O controle da compactação de camadas quer de solo, quer de material granular são tradicionalmente realizados através da determinação do grau de compactação (GC) através do ensaio de frasco areia disciplinados pela norma do DNIT.

Esse ensaio demanda em sua execução uns 30 a 40 minutos, atendendo a todos os quesitos do controle tecnológico.

Nos últimos anos, tem-se observado a utilização, para solos, do ensaio de CBR in situ, atendendo a norma ASTM 6951 Dynamic Cone Penetrometer (DCP), quando em questão de 2 minutos, é possível determinar a capacidade de suporte da camada.

Dessa forma, consegue-se executar o controle tecnológico em um tempo bem menor que o demandado pelo frasco de areia.

Historicamente, a ideia desse ensaio foi introduzida no Brasil nos anos 80, pelo professor da EPUSP Dr. Job Shuji Nogami e, na orientação de um mestrando, foram feitos alguns equipamentos com a natureza de penetrômetro tal qual o DCP, e desenvolvidas equações de correlação com o ensaio Mini CBR, que faz parte do conjunto de ensaios da metodologia Miniatura, Compactado, Tropical (MCT).

Esse equipamento foi utilizado durante vários anos em por algumas prefeituras do estado de São Paulo nos anos 80/90, como será visto adiante.

Já nos últimos anos tem-se buscado uma solução para a realização do ensaio de CBR “in situ” no controle de camadas granulares, como por exemplo a Brita Graduada Simples.

A Boeing, através do seu Boeing Commercial Airplanes Group, em um documento assinado por Ken Board, PE, apresentou uma proposição de determinação de CBR in situ para camadas granulares.

No entanto, esse equipamento que será detalhado posteriormente, apresenta o inconveniente de necessitar de uma ancoragem para servir de reação à carga gerada pelo sistema hidráulico, o que representa dois grandes inconvenientes: o da utilização desse equipamento em campo e o tempo para a realização do ensaio.

Assim, esta pesquisa, apresenta resultados preliminares para a obtenção do CBR in situ, sob a mesma ótica dos penetrômetros já utilizados no Brasil, objetivando obter a capacidade de suporte da camada em tempo reduzido.

Esse procedimento expedito agiliza muito quer em serviços de manutenção, quer em serviços de ampliação de obras aeroportuárias em que o tempo de qualquer intervenção, incluindo o controle tecnológico adequado, deve ser extremamente reduzido, de maneira a liberar a utilização do lado ar.


Referências


ASTM D6951/D6951M-18 Standard Test Method for Use of the Dynamic Cone Penetrometer in Shallow Pavement Applications.

Ken DeBord, PE. Transport Canada/Boeing Gravel. Runway Penetrometer Seminar. High Load Penetrometer Document. Airport Technology. Boeing Commercial Airplanes Group, 2010.


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