Última alteração: 2021-08-02
Resumo
Este é um recorte de uma pesquisa de Doutorado em Educação, que consistiu em uma investigação da própria prática com foco no trabalho de uma professora de Matemática do ensino público do estado de São Paulo em um contexto permeado pelas prescrições relacionadas às avaliações externas. Os dados foram produzidos durante o ano de 2016, a partir do acompanhamento do trabalho da professora-pesquisadora em duas turmas de alunos do 3º ano do Ensino Médio. Para a produção dos dados utilizou-se: audiogravações; videogravações e fotografias; registros dos alunos nas tarefas e nas páginas dos grupos formados em WhatsApp; diário de campo da professora-pesquisadora; registros das prescrições que chegam para o professor da rede estadual, tanto de maneira informal quanto formal. Para a análise realizou-se a escolha de episódios relevantes e o agrupamento desses episódios em eixos temáticos, tendo como base a análise narrativa. O presente texto versa sobre os modos de lidar com as prescrições referentes às avaliações externas inseridas no ambiente escolar e assumidas por seus membros, com destaque para as prescrições oficiosas que perpassam a prática da professora-pesquisadora. Para isso, será apresentado um episódio em que a prescrição recebida referia-se à atribuição de notas aos alunos em todas as disciplinas a partir dos acertos nas Avaliações da Aprendizagem em Processo (AAPs). Diante dessa imposição a professora-pesquisadora desenvolveu uma microação: considerar os registros deixados pelos alunos nos cadernos de questões. Evidencia-se a necessidade de (re)significação da prescrição em função da aprendizagem dos alunos, possibilitando reflexões sobre o contexto educacional atual cujo foco está na resolução de questões objetivas e os registros em Matemática estão sendo desconsiderados.
Palavras-chave
Referências
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