Última alteração: 2019-10-11
Resumo
A partir da teoria feminista da classificação em Hope Olson (1999), postula-se aqui a premissa de que a crítica à dominação masculina deve ser a mais clara e direta possível. Atenta às influências da violência simbólica para e nos instrumentos de representação do conhecimento, esta pesquisa visa discutir a produção do discurso do ódio em desenvolvimento na web e seus potenciais de desdobramento na configuração das linguagens documentárias. Para o presente exercício investigativo, cabe-nos estruturalmente “desclassificar” o feminicídio, segundo García Gutiérrez (2011), ou seja, posicioná-lo na estrutura social para compreende-lo como ferramenta analítica e discursiva para a organização do conhecimento. Do ponto de vista empírico, a pesquisa parte da problematização dos discursos produzidos nas reportagens sobre casos de feminicídio no Brasil e analisa como podem inserir e reproduzir o mal no contexto das linguagens documentárias e nas práticas metainformacionais, comprovando a produção intensiva da barbárie pela via da linguagem. As conclusões apontam para inclusão do debate de mais uma das problemáticas crônicas da realidade social brasileira na formação de uma teoria crítica da organização do conhecimento.