Introdução: as Ciências Sociais e Humanas têm sua produção científica subvalorizada nos processos de avaliação devido a especificidades metodológicas e de hábitos de publicação. Além disso, elas não formam um conjunto homogêneo, sendo o Direito uma disciplina relativamente apartada e em busca de pleno reconhecimento. Objetivo: caracterizar a produção científica do Direito, com vistas a estudar futuramente os efeitos de tais características no processo de avaliação da pesquisa jurídica. Procedimentos metodológicos: estudo teórico exploratório. Resultados: mudanças históricas demandam de todas as Ciências alto nível de produtividade e internacionalização, fazendo emergir um modelo enviesado de avaliação, assentado sobre o tripé ‘base de dados – cobertura internacional relevante – indicadores de citação’ e impondo padrões de publicação estranhos às soft sciences. O Direito ainda possui, como especificidade, o fato de produzir parte de seus resultados na forma de Parecer Jurídico, um tipo documental de difícil detecção e monitoração, além de carecer de pleno reconhecimento da área como conteúdo científico. Considerações finais: mesmo um esforço de mapeamento de artigos e livros fora do modelo mainstream não seria suficiente para cobrir satisfatoriamente a pesquisa em Direito, pois a produção em formato de Parecer Jurídico permaneceria parcialmente alheia aos mecanismos de detecção dos sistemas de avaliação, seja porque publicados como literatura cinzenta ou por falta de legitimação da comunidade científica. À Ciência da Informação caberia propor estudos teóricos e aplicados de avanço dos mecanismos de avaliação da pesquisa jurídica, em direção à sua efetiva captação e monitoração, e à criação de indicadores de desempenho específicos para a área.