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ENTRE ESCOMBROS E RESISTÊNCIA: A MEMÓRIA DA JUREMA EM ALHANDRA/PB
Carla Maria de Almeida, Carlos Xavier de Azevedo Netto

Última alteração: 2019-10-14

Resumo


O presente artigo advém das considerações elaboradas a partir das primeiras inserções no campo de pesquisa de doutoramento, que tem, como objetivo, refletir sobre a cultura material da Jurema, religião afro-indígena fortemente presente no estado da Paraíba. A pesquisa é de abordagem qualitativa, cujos procedimentos de coleta foram bibliográfico e observacional. O campo é composto por dois lugares localizados na cidade de Alhandra, Paraíba, o Sítio do Acais e o Templo Espírita de Jurema Mestra Jardecilha. Esses locais são conhecidos no contexto religioso, também evidenciado nas referências sobre o tema, como lugares de referência memorial da Jurema. As informações registradas na cultura material  nos levaram a refletir sobre a relação entre a memória e o patrimônio, de modo que, a percepção da memória evocada pela cultura material nos direciona a perceber o objeto pelas lentes do patrimônio material e imaterial. Compreendemos a religião como um sistema simbólico e semiótico, sua cultura material, por conseguinte, como signos, que mediam sentido e significado no contexto religioso da Jurema. Observamos, por um lado, que, apesar de tratar-se de um patrimônio cultural do estado da Paraíba, os símbolos sagrados encontram-se em processo constante de deterioração, o que nos leva a afirmar que o patrimônio pertencente aos grupos marginalizados ainda sofre o desdém estatal. Por outro, a preservação do espaço é dada pelos laços de descendência em comunhão com a prática religiosa.


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