O presente trabalho analisou, em caráter exploratório, o grau de contribuição do policiamento, do fluxo de veículos e da infraestrutura para a ocorrência de sinistros de trânsito do tipo colisão frontal em rodovias federais no Brasil, sendo também apontadas hipóteses, cenários e sugestões para a gestão da segurança viária. O trabalho é baseado em séries temporais de dados e índices de correlação, utilizando-se indicadores de desempenho em escala nacional da Polícia Rodoviária Federal, da Confederação Nacional dos Transportes e da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias. Os resultados apontaram um papel fundamental da duplicação de rodovias, mas que reduziu significativamente sua influência nos últimos anos. O fluxo de veículos e o policiamento apresentaram papel moderado de forma geral, mas com forte influência em situações específicas. Caso a infraestrura permaneça com índices estáveis e a economia brasileira apresente crescimento, o policiamento terá que elevar sua influência a fim de minimizar as mortes em rodovias federais. Um potencial significativo de alavancagem do papel do policiamento foi identificado com base na implantação de novas tecnologias. A análise exploratória do estudo também apontou a necessidade de novos estudos como a identificação de níveis de criticidade de colisões frontais em escala local e análises de viabilidade de implantação de novas tecnologias para coibir ultrapassagens irregulares.

Palavras-chave: colisões frontais; rodovias federais; policiamento; fluxo de veículos; infraestrutura.